sexta-feira, 13 de março de 2009

Justiça afegã condena jornalista a 20 anos de prisão por blasfêmia

da Efe, em Cabul

A Suprema Corte do Afeganistão confirmou a condenação a 20 anos de prisão para um jornalista acusado de blasfêmia, informou nesta quarta-feira um parente do réu.

O jornalista foi levado à Justiça por distribuir um artigo, recolhido na internet, sobre os direitos da mulher na sociedade afegã.

Syed Yaqub Ibrahimi assegurou que seu irmão, Syed Pervez Kambakhsh, é vítima de um "jogo político" e exigiu ao presidente Hamid Karzai que revise a sentença.

O estudante Kambakhsh, 24, que também trabalhava para o jornal local "Jahan-e-Naw", foi preso em outubro de 2007 na cidade de Mazar-e-Sharif, capital da Província de Balkh.

Em janeiro de 2008, um tribunal local o condenou à morte após considerá-lo culpado de blasfêmia por distribuir e debater, com seus companheiros de universidade, um artigo de uma autora iraniana estabelecida na Europa que denunciava a falta de direitos da mulher afegã.

Em uma primeira apelação, uma corte de Cabul comutou em outubro de 2008 a pena máxima por uma condenação a 20 anos de prisão, sentença que ontem foi confirmada pelo Supremo.

O caso levou a organização Repórteres Sem Fronteiras a pedir ao governo afegão que reforme a lei contra a blasfêmia.

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